“Nasci em Lagos de Moreno, Jal. em 1950.
Tive uma infância simples, muito próxima dos animais e da natureza, graças aos meus pais. Sou o mais velho de quatro irmãos, uma fêmea e dois machos.

Desde a escola primária, em Lagos, entre os 8 e 10 anos de idade, suspeitei que estava interessado nas artes e arquitectura, ou seja, gostava delas, entre muitas outras coisas. Obviamente sem saber porquê. Mas os meus pais, especialmente a minha mãe, e um dos meus professores avisaram-me que havia um porquê, e por isso tive de descobrir… estudar.

Eu comecei a desenhar, depois a pintar… outras coisas: música, leitura, cinema e futebol de uma forma divertida, leve e divertida. Isto já estava na escola secundária. Estava interessado em observar, ver, olhar… ouvir e refletir… Já era um questionador curioso, por vezes irritante.

Estudei na Cidade do México, onde tínhamos emigrado, e em 1968 comecei os meus estudos de arquitetura na UNAM onde finalmente estudei desenho e, com o apoio dos meus professores, comecei a trabalhar como arquiteto e como desenhador, a minha dupla profissão durante alguns anos.

Tive as minhas primeiras exposições e pouco a pouco tornei-me mais inclinado a desenhar e pintar, o que me levou a dedicar-me completamente ao que, nessa altura, considerava a minha profissão.

As minhas obras são figurativas: a ênfase é colocada nas pessoas e corpos, rostos e emoções humanas, paisagens e animais. O cultivo de questões da existência, da vida, do céu e da terra, tem sido um objetivo e um impulso essencial. As certezas não me satisfazem, prefiro processos a resultados finais.

Do intimamente pessoal ao coletivo, das dualidades e contradições, do fantasioso ao pragmático, do simbólico ao explícito… é assim que o meu trabalho tem sido, como um pêndulo, migrando e eu com ele, do eu ao nós aos outros ao outro… e vice-versa.

Nunca, até agora, fui capaz de me ajustar convenientemente à moda, correntes e escolas de qualquer tipo. É mais urgente para mim aprender. Eu sou um instrumento da minha vida e da vida: das vidas. Não tenho respostas, quanto mais definitivas, para nada, mas muitas perguntas para tudo.

Talvez tenha sido por isso que escolhi a minha profissão.

Tenho dois filhos e uma neta.
O meu trabalho é a sua herança.

Junho 2021”.

Entrevista realizada por Subastas en Mexico, 2022